Observo as crianças até sete ou oito anos de idade e fico querendo fazer comparações. Pergunto a mim mesmo: será que as crianças de hoje têm a mesma felicidade daquelas do meu tempo? Será que são mais felizes ? Aí me debruço no passado rememorando fatos por mim vividos e observados procurando uma resposta que me indique um resultado prático ou próximo de uma verdade.
Vejo as crianças de hoje freqüentando academias para crescerem robustecidas. No meu tempo de criança isso não existia. A robustez de cada um dependiam de suas brincadeiras com os pés descalços pelas ruas a correrem umas atrás das outras, sempre sorrindo, gritando alegremente com uma certa dose de inocência.
Os pais, uma preocupação constante, para que não se machucassem. A rigidez paterna diuturna para que não houvessem brigas ou xingamentos. O respeito aos mais velhos ou seja às pessoas idosas era ponto alto em suas educação.
Os palavrões eram repelidos com veemência. A timidez beirava à inocência. Sexo era uma palavra que indicava apenas se o ser era macho ou fêmea. Termos que hoje são utilizados principalmente por representantes eleitos pelo povo como: relaxar e gozar, eram abominados.
Credo, quem já se viu tamanho vitupério ! As crianças respeitavam e acreditavam nas pessoas de maior idade. Não conhecíamos a pedofilia, a pederastia como nos dias de hoje. Essa última , quando a criança do sexo masculino começava a andar nas pontas dos pés, um pequeno balançar nos quadris ao andar, a vestir as saias da mamãe, mesmo que de brincadeira, os outros pais já não deixavam seus filhos com ele brincar e taxavam aquela criança não como bambi, viadim, mandraque, Sidney Magal, escorregador de pepino, salto na vara, etc, mas sim como uma criança "doente".
A família que descobria em seu seio uma criança "doente" procurava logo interná-la num colégio de padre ou mandá-lo para lugar bem distante e difícil de voltar ao convívio familiar. A criança era educada com o lema de que homem que é homem não chora, não mente, não promete o que não pode cumprir, não engana seu semelhante e deve ser ao mesmo tempo durão com seus inimigos e brandos com as mulheres. Daí aprendiam logo cedo que em mulher não se bate nem com uma flor.
Quando por algum motivo uma criança tinha a necessidade de dormir na casa de outra criança amiga. Mesmo íntimos, se só houvesse uma cama, os dois dormiriam de ponta cabeça ou seja a cabeça voltada para os pés do outro e vice-versa. As meninas também observavam o mesmo procedimento. O "bom dia" , mesmo a um estranho , era sinal de educação.
Havia também os sítios, grandes sítios com pés de frutas variadas que inocentemente eram invadidas pelas crianças a fim de pegarem frutas frescas nos pés das fruteiras. Não chegava a ser um furto famélico e sim travessuras infantis.
Muito bem ! Depois dessas minúsculas lembranças dos tempos que se foram, fico observando de longe as nossas crianças de hoje: são espertas, inteligentes, desenvolvidas como se fossem um adulto daqueles tempos idos. Não respeitam os mais velhos, são espertas, ladinas, têm sempre uma resposta malcriada ou indecente na ponta da língua.
Certa vez entrei em um colégio particular aqui na minha cidade, daqueles colégios que cobram caro dos pais dos alunos e remuneram mal seu corpo docente, e em dado momento passou uma criancinha acompanhada de uma babá que parecia uma miss e não a babá-miss me chamou a atenção e sim o choro da criança que estava com ela. Não era um choro de mágoa mas sim um choro de revolta, de insatisfação, de ódio.
Eu me aproximei daquela linda criança e de sua linda babá e acariciando sua cabeça (da criança) perguntei-lhe com carinho: por que choras meu filho ! Tomei um tremendo susto, pois a criaturinha mimosa (a criança) me repeliu desesperado e foi me dizendo: " Cala a boca otário, bundão, nêgo filho da puta, quem foi que disse que sou seu filho. Vá pro inferno que lá é que é lugar de côrno. Se eu tivesse um pai feio que nem você eu botava a cabeça na linha do trem.
Eu, envergonhado, trêmulo, olhei para a linda babá procurando apoio e ela lindamente me retrucou: Bem feito por se meter onde não é chamado. Envergonhado busquei auxílio com os olhos aos professores que estavam do outro lado a assistirem a cena e todos olhavam para mim às gargalhadas.
Avaliei que aquela criancinha linda deveria ter no máximo uns quatro anos, não mais e mais uma vez fiquei pensando: será essa a educação que devemos dar aos nossos já que temos a utopia de que um dia teremos governantes sinceros, políticos honestos, militares cumpridores de suas missões com dedicação à pátria acima de tudo, professores atualizados, padres castros sem pedófilos, pastores que pregam realmente as escrituras e não o dízimo e tantas e tantas comparações que se continuar a discernir não tem celulose que confeccione tanto papel.
Vejo as crianças de hoje freqüentando academias para crescerem robustecidas. No meu tempo de criança isso não existia. A robustez de cada um dependiam de suas brincadeiras com os pés descalços pelas ruas a correrem umas atrás das outras, sempre sorrindo, gritando alegremente com uma certa dose de inocência.
Os pais, uma preocupação constante, para que não se machucassem. A rigidez paterna diuturna para que não houvessem brigas ou xingamentos. O respeito aos mais velhos ou seja às pessoas idosas era ponto alto em suas educação.
Os palavrões eram repelidos com veemência. A timidez beirava à inocência. Sexo era uma palavra que indicava apenas se o ser era macho ou fêmea. Termos que hoje são utilizados principalmente por representantes eleitos pelo povo como: relaxar e gozar, eram abominados.
Credo, quem já se viu tamanho vitupério ! As crianças respeitavam e acreditavam nas pessoas de maior idade. Não conhecíamos a pedofilia, a pederastia como nos dias de hoje. Essa última , quando a criança do sexo masculino começava a andar nas pontas dos pés, um pequeno balançar nos quadris ao andar, a vestir as saias da mamãe, mesmo que de brincadeira, os outros pais já não deixavam seus filhos com ele brincar e taxavam aquela criança não como bambi, viadim, mandraque, Sidney Magal, escorregador de pepino, salto na vara, etc, mas sim como uma criança "doente".
A família que descobria em seu seio uma criança "doente" procurava logo interná-la num colégio de padre ou mandá-lo para lugar bem distante e difícil de voltar ao convívio familiar. A criança era educada com o lema de que homem que é homem não chora, não mente, não promete o que não pode cumprir, não engana seu semelhante e deve ser ao mesmo tempo durão com seus inimigos e brandos com as mulheres. Daí aprendiam logo cedo que em mulher não se bate nem com uma flor.
Quando por algum motivo uma criança tinha a necessidade de dormir na casa de outra criança amiga. Mesmo íntimos, se só houvesse uma cama, os dois dormiriam de ponta cabeça ou seja a cabeça voltada para os pés do outro e vice-versa. As meninas também observavam o mesmo procedimento. O "bom dia" , mesmo a um estranho , era sinal de educação.
Havia também os sítios, grandes sítios com pés de frutas variadas que inocentemente eram invadidas pelas crianças a fim de pegarem frutas frescas nos pés das fruteiras. Não chegava a ser um furto famélico e sim travessuras infantis.
Muito bem ! Depois dessas minúsculas lembranças dos tempos que se foram, fico observando de longe as nossas crianças de hoje: são espertas, inteligentes, desenvolvidas como se fossem um adulto daqueles tempos idos. Não respeitam os mais velhos, são espertas, ladinas, têm sempre uma resposta malcriada ou indecente na ponta da língua.
Certa vez entrei em um colégio particular aqui na minha cidade, daqueles colégios que cobram caro dos pais dos alunos e remuneram mal seu corpo docente, e em dado momento passou uma criancinha acompanhada de uma babá que parecia uma miss e não a babá-miss me chamou a atenção e sim o choro da criança que estava com ela. Não era um choro de mágoa mas sim um choro de revolta, de insatisfação, de ódio.
Eu me aproximei daquela linda criança e de sua linda babá e acariciando sua cabeça (da criança) perguntei-lhe com carinho: por que choras meu filho ! Tomei um tremendo susto, pois a criaturinha mimosa (a criança) me repeliu desesperado e foi me dizendo: " Cala a boca otário, bundão, nêgo filho da puta, quem foi que disse que sou seu filho. Vá pro inferno que lá é que é lugar de côrno. Se eu tivesse um pai feio que nem você eu botava a cabeça na linha do trem.
Eu, envergonhado, trêmulo, olhei para a linda babá procurando apoio e ela lindamente me retrucou: Bem feito por se meter onde não é chamado. Envergonhado busquei auxílio com os olhos aos professores que estavam do outro lado a assistirem a cena e todos olhavam para mim às gargalhadas.
Avaliei que aquela criancinha linda deveria ter no máximo uns quatro anos, não mais e mais uma vez fiquei pensando: será essa a educação que devemos dar aos nossos já que temos a utopia de que um dia teremos governantes sinceros, políticos honestos, militares cumpridores de suas missões com dedicação à pátria acima de tudo, professores atualizados, padres castros sem pedófilos, pastores que pregam realmente as escrituras e não o dízimo e tantas e tantas comparações que se continuar a discernir não tem celulose que confeccione tanto papel.
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