23 novembro, 2007

COMPARAÇÕES – Parte IV


Fugindo um pouco ao que estamos discorrendo, lembrei-me de uma estorinha que escutei por aí sobre um consultório médico.
" Um casal de idosos foi ao consultório de um ginecologista. Meio desconfiado o esposo idoso deixou que sua mulher idosa entrasse no consultório sem sua companhia e ficar sozinha com um outro macho, no caso o médico. O médico por sua vez, já meio escaldado, por via das dúvidas, deixou a porta do consultório aberta onde o marido podia vê-los e eles ao marido. Era um médico jovem, muito jovem, e este começou informando à sua paciente que apesar de sua pouca idade em relação à paciente ele teria que lhe fazer algumas perguntas íntimas, mas necessárias e que ela não se constrangesse em responder.
E começou a perguntar sobre remédios, dietas, menstruação, relacionamento familiar, até quando lhe perguntou: apesar da idade vocês ainda têm orgasmos? Ela meio desconfiada virou a cabeça na direção da porta aberta que visualizava o marido, na sala de espera do consultório, e disse em bom som; bem, o dotô qué sabê se nois ainda tem orgasmo ? E ele respondeu: não, diga a ele que o nosso agora é Unimed.
Mas voltemos às nossas comparações. Ética - a ética existente outrora era inabalável. Desde criança, quando se fazia uma peraltice, um colega não dedurava o outro de maneira alguma; até entre os malfeitores, que não eram tantos como agora, um não delatava o outro, era honra, mesmo honra de bandido que estava em jogo.
Hoje não, criou-se até a delação premiada onde um ordinário qualquer tem reduzida sua pena se dedurar o companheiro que haja cometido delitos em sua companhia. A palavra empenhada de nada vale. É evidente que mesmo nos tempos idos, políticos para se elegerem, mentiam , trapaceavam, mandavam matar, etc, mas esses não contam, pois o faziam pelo bem do povo, tudo pelo povo com eles diziam mas que na realidade somente suas candidaturas e mamatas era o que lhes interessava..
O povo ingênuo sempre acreditava, mas a evolução da cabotinagem política foi tanta que hoje, descaradamente, sem o menor escrúpulo, eles prometem mundos e fundos sabendo ser impossível o cumprimento de tais promessas.
Legislam em causa própria como aquele político do interior que tendo sido convocado para uma votação em Brasília, negou-se peremptoriamente a votar determinada matéria , alegando que tinha viajado muito, estava seco, a perigo e só votaria alguma coisa depois que furasse um couro. Por essa e por outras é que vemos o quanto os interesses do povo estão sendo defendidos.
Não nos esqueçamos do legislativo e do judiciário que com suas dubiedades jurídicas pune sempre os menos favorecidos em detrimento dos mais abastados, intelectualizados, apadrinhados. E ao coitado do pobre só resta o adágio popular: um dia ele está por baixo mas para compensar no outro estão por cima dele.
Nos ditos tempos idos se você necessitasse de uma quantia em dinheiro para a diária, ou mesmo para suprir uma emergência, havia a facilidade de um parente, um amigo, um conhecido, até mesmo um cunhado, lhe auxiliar emprestando-lhe a quantia necessária sem a necessidade de juro, de multa, valorização cambial, Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, cadastro ou taxa de manutenção.
Hoje o que se vê é se você precisar de um dinheirinho qualquer por empréstimo, tem que recorrer a uma financeira utilizando juros exorbitantes. Já os bancos é uma mão na roda. Você deposita uma certa quantia, principalmente os funcionários públicos de um modo geral e a maioria dos trabalhadores, e seu dinheirinho, juntamente com o dinheirinho de tantos outros fazem um dinheirão que será emprestado a você mesmo e aos demais correntias ou não , a um preço talvez cinqüenta ou cem vezes maior do que lhe seria pago se você fizesse um investimento qualquer, por exemplo uma caderneta de poupança, onde você depositaria seu dinheiro magrinho e ele sairia raquíticozinho e você ainda vê ser subtraído (ver é maneira de dizer) taxas, impostos, serviços que você não encomendou, e até uma invenção perversa criada recentemente por um ex-Presidente que assim como todos os outros juraram, em campanha, a proteger os interesses do povo, dos menos favorecidos, essa maldita CPMF.
Bem, acho que fiz uma análise sucinta com essas poucas e reduzidas comparações e não vou mais me estender no assunto pois sei que o tempo do amigo leitor é curto e vale ouro.
E aí o nobre e paciente leitor ou ouvinte ao humilde autor dessas breves linhas com relatos sinceros e honestos, pergunta: e daí como devemos fazer para reverter tal situação e melhorar a situação ?
Mas infelizmente, com grande pesar, respondo-lhe: nada. É só esperar a sua oportunidade e seguir o exemplo da evolução. Se lhe derem um favo de mel para tomar de conta, você ser humano bom, honesto, sabe que o conteúdo do favo é doce mas como eu não se contentará em guardar o favo e sim passará o dedo no favo e levará à boca para certificar-se se realmente é doce.
É natural, é próprio do ser humano, faz parte da cadeia evolutiva.

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