25 novembro, 2007

Vamos às Urnas


Ligo a TV e de repente, diante da tela, é aquela explosão de indignação contra determinado parlamentar que mentiu, enganou, falsificou, estuprou, lavou dinheiro, contrabandeou, fez misérias, explodida, ou por melhor dizer proferida por um de seus pares, constrangido pela prática abominável daquele que eleito pelo povo não soube conservar o decoro necessário à boa imagem de um profissional da política.
Como leigo, influenciado pelo que assisto através da televisão escuto no rádio e leio nos jornais, fico pensativo e me vem à mente, não sei por que, uma frase que ouço desde criança e cujo significado até hoje não consigo entender. "macaco não olha pro rabo".
O tempo todo, mesmo que estejamos sozinhos, alguém pode ou está nos vendo ou observando. Se fizermos algo de errado, alguma pessoa pode perceber, pode nos delatar e aí seremos punidos por nossos erros.
Será que numa comunidade, seja ela qual for, o sujeito possa fazer tanta coisa errada, isoladamente, sem que alguém não saiba ? Acho que não. Acredito mais na conivência, na parceria, no envolvimento, no "rabo preso".
Mas mãe assim mesmo, quando o barco afunda, os primeiros que tentam se salvar são os ratos. É o instinto político de cada um. Vamos sacrificar o "boi de piranha" antes que alguém bata com as línguas nos dentes e a maré passe a virar para o lado de cá. É indignação demais, protestos dos mais exaltados, revolta, nojo e promessas.
E com o passar dos tempos nenhuma providência será tomada, as promessas serão esquecidas, as indignações darão lugar às admirações, novas aviltantes ações serão cometidas, coligações se formarão, o infrator perdoado por ter provado sua "inocência", restando aos ofendidos e aos perdedores o choro do "leite derramado".
As declarações sensacionalista conterão a indignação real da opinião publica. Dá-se a impressão que alguma medida seria poderá ser tomada e nos bastidores serão tricotadas as verdadeiras negociações cujo lema básico se resume no ensinamento fatídico de que "é dando que se recebe".
O parlamentar execrado jura inocência, apresenta suas melhores obras, culpa os invejosos, os incompetentes, apresenta defesa, ganha tempo, tem também tempo para fugir, mas não o faz só em ultimo caso, quando foge para outro país e divulga a cultura do seu povo dentro do melhor padrão nacionalista, e quando a poeira esta acentada, tudo esquecido, volta ao seio de sua base parlamentar e como herói, recomeça tudo de novo.
Mas, o que fazer para mudar tudo isso? O que fazer para sermos bons parlamentares? verdadeiros defensores dos interesses do povo? É tarefa fácil? A resposta só pode ser não. Não, porque está arraigado no caráter de nossos políticos a lei de Gerson, a da vantagem, as leis das impunidades, da calunia, da trapaça, da mentira, da intriga, da soberba e tantos outros qualificativos possivelmente já herdados de seus antepassados. Porém existe um meio muito simples de aos poucos modificarmos nossa postura diante de tudo isso, nosso destino.
Faz muito tempo, muito tempo mesmo, que em época de eleições, até mesmo durante o regime militar, os políticos são sempre os mesmos. È deputado fulano, vereador sicrano, prefeito beltrano, etc e esses, sempre no poder, não fizeram mais que, por esperteza ou incompetência, dilapidarem nosso patrimônio, dificultarem nossas vidas com lei e mais leis de interpretações dúbias que só os beneficiam. Uns defendem os interesses da indústria do frango, da galinha, outros já defendem a dentadura, outros os usineiros, os banqueiros e vai por aí uma lista infinita de interesses em benefício de uma minoria cada vez mais forte e mais rica, enquanto se avolumam por todo o país, os bolsões de pobreza.
Na hora de se elegerem, como candidatos, tudo prometem. Quando eleitos tentam induzir a opinião pública de que suas responsabilidades não somente suas (antes o era) mas sim de toda a sociedade.
Acredito que a hora é essa. O escrutínio se avizinha e podemos através dele darmos o grito de independência, o basta em tantos desatinos.
Vamos votar, mas votar com consciência política e para isso precisamos observar, pesquisar, escutar, discutir, relembrar em especial, e mesmo assim votaremos mal, mas menos mal e a cada vez nos aprimorando em termos de votação e escolha dos candidatos, um dia quem sabe, estaremos votando bem, na pessoa certa, no parlamentar puro, honesto, trabalhador, sensato, a antítese da grande maioria atual.
E no futuro, ao ligar a TV, você por certo só escutará elogios de parlamentares e sobre parlamentares. E ao ouvir tais comentários se orgulhará e dirá: eu votei.

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